Este ato cênico é para todo
indivíduo, jovem ou não, que se sensibilize com propostas integradoras que
possam alterar os rumos da vida neste planeta, na crença de que cada ser humano
é um canal de vida e um potente processador ambiental, fortalecendo e
enriquecendo a rede vital pela sua diversidade
As intensas transformações que a
humanidade vem sofrendo ao longo de sua existência acabaram por trazer para
este século mazelas com as quais a sociedade atual tem de lidar. Diante disso,
Júlia Emília propõe ao leitor uma reflexão sobre o papel do ser humano no
contexto da natureza e da vida em comunidade. Pela linguagem da dramaturgia, a
autora busca conversar principalmente com a juventude de hoje, conjunto de
indivíduos que ela considera chave para a ressignificação das nossas relações
com o planeta e com o outro à nossa volta.
Os
desenhos de Virgínia Costa sugerem que nos voltemos para nossa origem, a nossa
essência. A artista nos inspira a resgatar o olhar generoso sobre nós mesmos,
perdido, talvez, na velocidade em que levamos a vida nesses dias
contemporâneos.
Para
narrar uma fábula contemporânea sobre dois jovens que, ajudados pelos seus conhecimentos
ancestrais sobrevivem ao alagamento da Ilha de São Luís, a ideia se baseia no singspiel, forma intermediária entre
ópera e comédia, em que Bertold Brecht se apoia para criar seus curiosos
musicais, a exemplo de A Ópera de Três
Vinténs.
A trama geral envolve o feminino e o masculino como
princípios da ordem do ser. Para balançar a alma do jovem público na construção
das cenas estão presentes sonoridades atuais, com letras provocativas,
constituindo para as dramaturgias a matéria de uma ampla concepção de mundo.
Assim ocorre com o teatro didático brechtiano em que a música, em vez de
apoiar, deve interromper a ação e nunca dificultar o entendimento do texto. A
jovem plateia, em lugar de ser pressuposta como constituída por seres
conhecidos e fixos, torna-se objeto de pesquisa, conjunto de seres em processo
que estão habilitados para transformar o mundo.
Para além de ser lido, Meninos em terras impuras é um ato dramatúrgico para ser
experimentado.
A identidade da geleia geral brasileira se
enriquece quando se agrega à noção de que somos uma etnia milenar. Acreditamos
que as novas gerações, com a imaginação da liberdade, possam alçar esta cultura
como esteio às ações dos sujeitos no universo.
Ficha Técnica
Autora: Júlia Emília
Ilustrações: Virgínia Costa
Edição: Luciana Figueiredo/ A Florista
Editorial
Assessoria nos conteúdos: José Ribamar
Martins, diretor do Centro de Cultura Oriental Ozaka, e Laís de Moraes Rêgo
Silva, Mestre em Biodiversidade e Conservação.
Publicação: Livros Ilimitados Editora/Rio
de Janeiro
Livraria Cultura (venda on line)