sexta-feira, 28 de julho de 2017

Solo de clarineta

 
 Nasci dançando. Por isso demorei para vir.
 E desde pequena gosto de apreciar a literatura de Érico Veríssimo. Terminei conhecendo de perto suas anotações gaúchas porque uma tia-mãe vive por lá sendo visitada quando consigo chegar...
 Arrumando os livros para viajarem me caiu nas mãos um pedaço do livro "Solo de Clarineta", verdadeiro lírio nestas épocas de atrocidades e injustiças que passamos.
 Como artista sou grão de areia na praia da escuridão. Obedeço o toque de clarineta de Veríssimo: acendo um toco de vela a despeito da náusea e do horror. Porque não vou desertar de meu posto, viu Érico? Continuarei falando das ilhadas, dos exterminados, dos excluídos, dos desvalidos. Risco fósforos repetidamente para dar nomes aos tiranos.
 As viagens se tornam deslocamentos que já me cansam, talvez porque me desloquei demais. Mas levarei o livro "Vivendo Teatrodança" para retornar às terras cariocas, parte inerente à esta minha vida. Contarei histórias aos seres de lá e participarei dos encontros, e desencontros, com as presenças nos lançamentos.
Pela acolhida já agradeço. A terra carioca exerce sua bondade! Levarei os tocos de vela para dançar as experiências nefastas e prazerosas. Tô chegando!                    

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